Dificuldades de profissionais docentes para ensinar crianças com Síndrome de Down em organizações regulares de ensino

Dificuldades de profissionais docentes para ensinar crianças com Síndrome de Down em organizações regulares de ensino
Author: Luciani Geraldi
Publisher:
Total Pages: 194
Release: 2005
Genre:
ISBN:

Para que crianças com Síndrome de Down possam ter um desenvolvimento apropriado no contexto do ensino regular, tendo como promotor desse desenvolvimento o professor, é necessário analisar cuidadosamente pelo menos dois aspectos no que refere à educação dessas crianças. O primeiro deles envolve a concepção de que crianças com necessidades especiais não diferem de outras ditas com desenvolvimento "normal" no que diz respeito as suas possibilidades de aprender. O segundo aspecto traz como exigência examinar com mais rigor o papel do professor no processo de ensinar, principalmente no que diz respeito a sua qualificação para lidar com uma ampla diversidade de necessidades apresentadas por cada um dos alunos, dado que, muitas vezes, o ensino da criança com necessidades especiais ocorre de maneira insatisfatória. Dada a necessidade de conhecimento contínuo e de boa qualidade sobre as condições para promover uma boa educação, o objetivo da pesquisa foi investigar quais dificuldades o professor de ensino regular em sala de aula apresenta ao ensinar à criança com Síndrome de Down. Foram sujeitos três professoras de escolas de ensino fundamental pública e privada com crianças com Síndrome de Down (SD) como um de seus alunos. Por meio de entrevistas individuais em que perguntas sobre sua formação, tempo de experiência no ensino regular, sobre a maneira pela qual conduziam suas atividades em sala de aula para o ensino de disciplinas previstas no planejamento curricular, seus procedimentos para solicitar atividades, para correção de desempenho dos alunos, entre outras foram feitas. Dentre as três professoras, somente a segunda possuía formação e experiência em Educação Especial, a primeira tinha o auxílio de outra professora que ensinava exclusivamente ao aluno com SD e a terceira professora não apresentava nem formação nem experiência para lidar com alunos com necessidades especiais. Os dados obtidos por meio da análise dos relatos das professoras foram consistentes com o tipo de formação e experiência de cada uma: a primeira não lidava diretamente com o aluno com SD; a segunda lidava satisfatoriamente com o aluno com SD, com acompanhamento específico a ele e a terceira relatava não saber lidar com o aluno com SD. Alguns comportamentos de duas das três professoras ao lidar com o aluno com SD denotavam ser orientados por concepções de que esse aluno era menos capaz do que outros sem a SD. Esses resultados possibilitam identificar a necessidade de mais preparo dos professores no que tange ao conhecimento, técnicas educacionais em Educação Especial e um currículo pedagógico mais condizendo com a perspectiva de incluir a criança com necessidades especiais e não de segregá-la ainda mais.

Processos comportamentais constituintes de interações de professores e de alunos com jovens com Síndrome de Down no sistema das organizações de ensino regular

Processos comportamentais constituintes de interações de professores e de alunos com jovens com Síndrome de Down no sistema das organizações de ensino regular
Author: Fernanda Cascaes Teixeira
Publisher:
Total Pages:
Release: 2006
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A compreensão do fenômeno deficiência pressupõe o conhecimento das percepções das pessoas acerca de determinadas características visto que são os significados atribuídos a uma característica que determinarão se ela será símbolo de prestígio ou descrédito social. Dessa forma, deficiência não é algo localizado em um indivíduo, mas criado e legitimado nas relações sociais, em especial, nas relações estabelecidas em organizações familiares, escolares e de trabalho. Com a finalidade de caracterizar as interações de professores e colegas de turma com alunos com Síndrome de Down no sistema das organizações de ensino regular foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, individuais, com três professoras e duas orientadoras de inclusão. Além disso, foram aplicados questionários com perguntas adaptadas de um teste sociométrico, em 103 colegas de turma de quatro alunos com Síndrome de Down, estudantes de quarta à oitava série do Ensino Fundamental. Os participantes trabalhavam ou estudavam em uma organização escolar privada da rede regular de ensino de uma cidade litorânea, de médio porte, da região sul do País. A partir da análise das respostas dadas às entrevistas foi possível constatar que as professoras: consideram que inclusão escolar é a presença física de alunos com necessidades especiais em sala de aula; assumem parcialmente a responsabilidade acadêmica pelos alunos com a síndrome e possuem expectativas negativas em relação ao seu desenvolvimento acadêmico atual e futuro. As professoras consideram a falta de formação para o trabalho e a falta de conhecimento sobre a Síndrome de Down como dificuldades na execução de seu trabalho. A socialização e a aquisição de valores como respeito às diferenças e solidariedade são indicados pelas professoras como benefícios da inclusão escolar de alunos com a síndrome para eles, para seus colegas de turma e para elas próprias. Como conseqüências aversivas, as professoras indicam aprendizagem pouco desenvolvida dos alunos com a síndrome e sentimentos de angústia, incapacidade e medo dos professores. O atendimento aos alunos com Síndrome de Down é considerado interrupção nas atividades de ensino, o que demonstra que as professoras não os percebem como integrantes do sistema escolar. As respostas dos colegas de turma aos questionários revelam que quanto mais semelhante for o desenvolvimento acadêmico dos alunos com e sem a síndrome, maiores as possibilidades do estabelecimento de relações de amizade entre eles. Os colegas de turma indicam ainda que não gostariam de sentar ao seu lado, possuem expectativas negativas quanto à possibilidade desses alunos fazerem uma faculdade e que alunos com Síndrome de Down recebem atenção diferenciada das professoras. De maneira geral, os dados sobre processos comportamentais constituintes de interações de professores e colegas de turma com alunos com Síndrome de Down no sistema de organizações de ensino regular possibilitam identificar a necessidade de reestruturar a forma como o atendimento aos alunos com a síndrome está organizado para facilitar a participação e a responsabilização dos professores no processo de inclusão desses alunos.

O brincar e a inclusão escolar da criança com Síndrome de Down

O brincar e a inclusão escolar da criança com Síndrome de Down
Author: Camila Siqueira Cronemberger Freitas
Publisher: Simplíssimo
Total Pages: 200
Release: 2017-12-07
Genre: Education
ISBN: 8595130639

A interação social possui relevante influência no desenvolvimento das crianças sob todos os aspectos, sendo o brincar um das principais formas quando se trata de infância. Este é o tipo de interação mais lúdica, variando sua apresentação e representação de acordo com os aspectos culturais, sociais e cronológicos de cada sujeito. A escola regular de educação infantil favorece a interação de todos os tipos de alunos, na maioria das vezes utilizando-se do lúdico, por isso, apresenta-se como ambiente essencial para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais, pois dessa forma possibilita que a criança estabeleça relacionamentos com as demais, passando a se beneficiar das trocas sociais, fato que irá auxiliar o seu processo de aprendizagem, tanto em relação aos conteúdos curriculares, quanto em relação à socialização. Interagir com crianças sem síndrome de Down, torna-se fundamental para o processo de aprendizagem daquela que apresenta a síndrome. O brincar, portanto, torna-se uma das estratégias possíveis para a efetivação da inclusão escolar desta criança na educação infantil, pois favorece o aumento de seu sentimento de pertença ao grupo, o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, dentre outros fatores. Propomos como objetivo deste estudo investigar a relevância do brincar para o processo de inclusão escolar de crianças com síndrome de Down. Optamos pela pesquisa de natureza qualitativa, em especial, pelo estudo de caso, apresentando como sujeitos 04 (quatro) crianças com síndrome de Down incluídas nas escolas regulares de educação infantil de Teresina (PI) e seus respectivos professores. Identificamos, de maneira geral, que o brincar pode favorecer a inclusão escolar e a aceitação das crianças com síndrome de Down por seus pares sem a síndrome, no contexto da educação infantil. Para isto, é necessário que os educadores utilizem esta estratégia como forma de elevar, na criança incluída, o sentimento de pertença ao grupo.

Aspectos metodológicos nas escolas para alunos com

Aspectos metodológicos nas escolas para alunos com
Author: Maria Ismenha Vieira Do Amarante
Publisher: Novas Edicoes Academicas
Total Pages: 152
Release: 2018-04-30
Genre:
ISBN: 9783330762794

A curiosidade em querer saber quais as metodologias utilizadas por professores com crianças portadores da síndrome de Down nas escolas de ensino regular para o desenvolvimento intelectual das mesmas, tendo em vista que hoje é uma realidade constante a presença de crianças com essa síndrome nessas escolas. Documentos como: a lei 9394/96, a declaração de Salamanca, a Constituição Federal de 1988, a declaração dos direitos humanos e diversas conferências, todos eles asseguram o direito dessas crianças serem inseridas em sala de aula regular, porém o principal argumento que dificulta o processo de inclusão escolar refere-se à resistência por parte dos professores em recebê-los argumentando que não receberam nenhuma formação para atender a esse tipo de público. O professor é o ator principal no processo de inclusão, as dificuldades são enormes, sabemos disso, as vezes lhe falta conhecimento em diferenciar que down é uma síndrome e não uma doença e perder o receio e juntos descobrir o que melhor se adequa para a aprendizagem. A cada dia um novo capítulo com cenas reprisadas no mesmo cenário: a escola. Assim procuramos analisar as metodologias utilizadas para o ensino oferecido.

Inclusão escolar

Inclusão escolar
Author: Márcia Rejane Almeida de Carvalho
Publisher:
Total Pages: 102
Release: 2018
Genre: Down syndrome
ISBN: 9788547317485

Comportamentos de planejar ensino de professores de educação especial como definição de seu papel na organização

Comportamentos de planejar ensino de professores de educação especial como definição de seu papel na organização
Author: Jorgiana Baú
Publisher:
Total Pages:
Release: 2005
Genre:
ISBN:

Advogar a favor das incapacidades atribuídas ao insucesso na aprendizagem de alunos com história de deficiência é ser agente de uma educação conservadora. As necessidades do aprendizado efetivo do aluno remetem ao questionamento sobre as características necessárias para trabalhar com crianças especiais, sendo o professor mediador desse processo. Para tanto investigar, de que maneira o professor planeja o que vai ensinar, sobre "porque faz o que faz", é relevante para identificar a relação entre o mediador e aprendiz. O aprendizado efetivo é condicionado a um planejamento do ensino que contenha requisitos necessários para transformar a realidade dos alunos, melhorar a qualidade nas relações do indivíduo no seu meio, caracterizando com isso o comportamento educacional do professor. Assim, foi objetivo do estudo verificar as características do comportamento de planejar do professor que atua junto a alunos com história de deficiência. Participaram 10 professoras que ministraram aulas para alunos de uma escola que atende crianças e jovens com necessidades educativas especiais. Um roteiro de entrevista foi elaborado com base nas variáveis: características gerais do professor e comportamento de planejar do professor. Os dados coletados possibilitaram identificar que a necessidade que as professoras tem de prestar cuidados pessoais aos alunos da escola de educação especial dificulta o processo de ensinar e consequentemente o aprendizado dos alunos; as 10 professoras optaram por trabalhar em escola de educação especial por acaso ou por não haver vaga no ensino regular; as concepções das professoras sobre os processos de ensinar e aprender, na sua maioria, evidenciam a aprendizagem do aluno por "transmissão de conhecimento"; as concepções sobre objetivos de ensino fazem referência as atividades das professoras e não ao que os alunos efetivamente deveriam aprender. Tendo em vista os dados obtidos, é possível concluir que as concepções que as professoras apresentam sobre o processo de planejar o ensino, não é caracterizado pelo aspecto fundamental que define o processo de aprender - mudança de comportamento do aluno - o que pode comprometer a função educativa das professoras. Isto pode trazer como decorrências dificuldades para incluir a aluno com necessidades especiais não somente em classes regulares mas e principalmente incluí-lo socialmente.

Inclusive Mathematics Education

Inclusive Mathematics Education
Author: David Kollosche
Publisher: Springer
Total Pages: 654
Release: 2019-03-25
Genre: Education
ISBN: 3030115186

The book provides an overview of state-of-the-art research from Brazil and Germany in the field of inclusive mathematics education. Originated from a research cooperation between two countries where inclusive education in mathematics has been a major challenge, this volume seeks to make recent research findings available to the international community of mathematics teachers and researchers. In the book, the authors cover a wide variety of special needs that learners of mathematics may have in inclusive settings. They present theoretical frameworks and methodological approaches for research and practice.

Towards Inclusive Schools?

Towards Inclusive Schools?
Author: Catherine Clark
Publisher: Routledge
Total Pages: 338
Release: 2018-09-03
Genre: Education
ISBN: 0429889690

First published in 1995. Notions of ‘inclusive schools’ and ‘schooling for diversity’ are rapidly gaining currency across the developed world as alternatives to traditional approaches to special needs education. This book explores the advances in our understanding of how schools can change and develop in order to include a wider range of students. By bringing together some of the foremost international writers and researchers in the field, it makes available to policy makers, practitioners and researchers the experiences from Australia, Europe, New Zealand, the UK and the USA.